Introdução
As boas práticas de manipulação de medicamentos em farmácias hospitalares no Brasil estão regulamentadas pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional Vigilância Sanitária (Anvisa) Nº 67/2007, a qual estabelece que o Farmacêutico é responsável pela manipulação de medicamentos em uma infraestrutura adequada. Ainda assim, hospitais enfrentam barreiras para consolidar a implantação de uma Farmacotécnia, requisito para confecção doses unitárias. A não adesão à norma se dá pelo investimento financeiro necessário, mas também pelo fato da RDC/Anvisa Nº 45/2003 facultar à equipa de enfermagem o preparo das apresentações injetáveis. Um estudo brasileiro observou que 62,2% das preparações em um hospital pediátrico continham erros quanto à técnica e dose. As apresentações para adultos precisam ser adaptadas para crianças e neonatos, assim é rotina a preparação de formulações a partir de comprimidos triturados, da abertura cápsulas e da diluição de soluções nas unidades de internação.
Objetivo
Desenvolver análises farmacoeconômicas e de segurança do paciente com o objetivo de fundamentar a importância da farmacotécnia hospitalar.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo, em que foram avaliadas as prescrições e a dispensação de medicamentos para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, no segundo semestre 2018, sob autorização do comitê de ética e pesquisa (Plataforma Brasil: CAAE 13306919.8.000.5292).
Resultados
Os resultados preliminares sugerem que um sector de Farmacotecnia impactaria em uma economicidade de 38,62% na manipulação de injetáveis, e de 78,81%, na adaptação de comprimidos, somente pela minimização dos custos diretos com medicamentos. O gráfico abaixo mostra o número de ampolas e frasco-ampolas que seriam poupados por meio de uma farmacotecnia.
Conclusão
Conclui-se que a implementação de um sector de Farmacotecnia é benéfico para o hospital quanto aos aspetos econômicos. Além disso, a literatura sugere que isso se agrega à redução nos erros de medicação, garantia da técnica asséptica, e manutenção da integridade das formulações. No entanto são necessárias pesquisas mais robustas que demonstrem o impacto desse sector na farmácia hospitalar.